"As ferramentas ""Enterprise Resource Planning"" (ERP) e seu im - ALIPSO.COM: Monografías, resúmenes, biografias y tesis gratis.
Aprende sobre marketing online, desarrollo de sitios web gratis en Youtube
Suscribite para recibir notificaciones de nuevos videos:
Jueves 18 de Abril de 2024 |
 

"As ferramentas ""Enterprise Resource Planning"" (ERP) e seu im

Imprimir Recomendar a un amigo Recordarme el recurso

"O presente trabalho visa discutir o impacto das ferramentas ""Enterprise Resource Planning"" (ERP) nos currículos universitários, com ênfase na situação brasileira. ERP é um assunto novo - talvez a expressão não tenha sido cunhada há mais de seis an

Agregado: 24 de MAYO de 2000 (Por Vivaldo José Breternitz) | Palabras: 3714 | Votar | Sin Votos | Sin comentarios | Agregar Comentario
Categoría: Apuntes y Monografías > Portugués >
Material educativo de Alipso relacionado con As ferramentas Enterprise Resource Planning (ERP) seu
  • Alquinos y Plasticos:
  • Biografia y vida de Brás Garcia de Mascarenhas: Breve Biografia de Brás Garcia de Mascarenhas
  • Biografia y vida de Carlos Castillo Armas: Breve Biografia de Carlos Castillo Armas

  • Enlaces externos relacionados con As ferramentas Enterprise Resource Planning (ERP) seu

    Interamerican Council on Engineering and Technology Education

    6th Interamerican Conference on Engineering and Technology Education

    Cincinatti-OH - 2000

    As ferramentas "Enterprise Resource Planning" (ERP) e seu impacto nos currículos universitários

    Breternitz, Vivaldo José

    Universidade Presbiteriana Mackenzie

    Rua Prof. Joceny V. Curado, 73, !3260-320 - Jundiaí/SP Brasil

    Fone 55 11 231 7693

    Fax 55 11 232 2554

    (vjbreternitz@yahoo.com)

    Kurihara, Takato

    Universidade Presbiteriana Mackenzie

    Rua Itambé, 45, 01239-902 - S. Paulo/SP

    Fone 55 11 236 8301

    (fciinfo@mackenzie.br)


    As ferramentas "Enterprise Resource Planning" (ERP) e seu impacto nos currículos universitários

    Autores: Breternitz, Vivaldo José e Kurihara, Takato

    Area: Curriculum Innovations

    Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie, S. Paulo, Brasil

    Breternitz, Vivaldo José, mestre em Engenharia de Computação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, graduado em Administração de Empresas pela FCECAEP Anchieta. É Gerente Geral de Administração e Controle da Banespa S.A. - Corretora de Câmbio e Títulos (a maior corretora de valores do Brasil e uma das maiores administradoras de carteiras de investimentos), e professor na FCECAEP Anchieta (vjbreternitz@yahoo.com)

    Kurihara, Takato, Doutor em Ciência da Computação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, graduado em Engenharia Eletrônica pela FEI. Profissional na área de Informática há mais de 30 anos; professor há 27 anos, chefe do Departamento de Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie, titular na FASP e Coordenador Técnico do curso de Ciência da Computação da FAI. (fciinfo@mackenzie.br)

    ABSTRACT

    Enterprise Resource Planning (ERP) é um assunto novo - talvez a expressão não tenha sido cunhada há mais de seis anos - como tal, escassa atenção recebeu até agora dos setores acadêmicos.

    Apesar da carência da abordagem acadêmica (que aos poucos vem sendo buscada, principalmente através de parcerias Universidades/fornecedores), não se pode fugir a uma realidade: as soluções ERP estão se tornando um novo paradigma para a computação dita "comercial" (Michael Hammer afirma que "The most potent and subversive contemporary instrument of business revolution is ERP"), e ocupando um espaço cada vez mais amplo no mercado de software.

    Essa afirmação é confirmada pelo fato de que mais de 60% das empresas pertencentes ao grupo "Fortune 1000" (empresas consideradas por essa revista norte-americana como as mil mais importantes empresas do mundo) já se utilizam dessas ferramentas - o Brasil já é o sexto mercado para esse tipo de produto; dados estes números, ERP torna-se um assunto que deve ser objeto da atenção da Universidade, no mínimo pela sua capacidade de provocar alterações no mercado de trabalho de seus alunos.

    Essa situação, assim como acordos análogos ao acima mencionado devem levar à alteração de currículos escolares, como já vem acontecendo em universidades do exterior; nestes termos, este trabalho pretende discutir este assunto, com ênfase especial para as Universidades brasileiras e considerando as peculiaridades do ambiente em que se inserem.


    INTRODUÇÃO

    O presente trabalho visa discutir o impacto das ferramentas "Enterprise Resource Planning" (ERP) nos currículos universitários, com ênfase na situação brasileira.

    ERP é um assunto novo - talvez a expressão não tenha sido cunhada há mais de seis anos; como tal, escassa atenção recebeu até agora dos setores acadêmicos; também por isso, a literatura acerca dos ERP é muito reduzida.

    Levando-se em conta esses fatores, julgou-se oportuno iniciar este trabalho conceituando ERP. Não se pretende definir ERP de maneira precisa, apenas apresentar conceitos que facilitem o entendimento do assunto, como forma de melhor se atingir o objetivo do trabalho.

    Enterprise Resource Planning pode ser definido de diversas maneiras, dependendo de como se posiciona o estudioso do assunto: como uma solução de sistemas de informação para toda a empresa (Lieber, 1995); como uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informações entre todas as áreas de uma companhia, como por exemplo, manufatura, logística, finanças, recursos humanos, etc. (Hicks, 1997); como um banco de dados empresarial que interage com um conjunto integrado de aplicativos e que consolida todas as operações da empresa em um único ambiente de computação (PeopleSoft, 1997), etc.

    Do ponto de vista de um profissional de Tecnologia da Informação (TI), uma boa definição talvez fosse "Tecnologia capaz de organizar e integrar as informações armazenadas nos computadores de uma organização, de forma a eliminar dados redundantes ou desnecessários, racionalizar processos e distribuir a informação on line pelas várias áreas da mesma, de forma estruturada e aceita como fidedigna por todas elas. Pode ser entendido como a espinha dorsal (backbone) de TI na empresa, dentro da filosofia de centralizar a complexidade e distribuir a informação".

    De um ângulo mais funcional, idealmente seria um sistema que captura uma dada informação uma única vez e a partir dela dispara uma série de operações na empresa e as rotinas de computador a elas vinculadas; o exemplo clássico seria o do representante de vendas que ao emitir um pedido, aciona os sistemas de suprimentos, de fabricação, entrega, faturamento, custos, etc. - permitindo que as informações pertinentes sejam acompanhadas em tempo real, de forma sintética e/ou analítica, por clientes e fornecedores, e armazenando dados para consultas futuras.

    Como se disse, a literatura acerca de ERP é escassa. O pouco que se encontra são obras voltadas ao "como", em especial ao "como implantar", sem qualquer abordagem teórica - facilmente pode-se constatar que tais obras não passam, em sua absoluta maioria, de manuais apresentados sob a forma de livros, ou no jargão da área, "redbooks", produto do trabalho de profissionais que de maneira empírica implantaram os primeiros ERP e que procuraram colocar sua experiência no papel.

    Na imprensa especializada, o material disponível é um pouco mais amplo, porém sempre enfocando o como implantar, as tendências de mercado, e, principalmente fazendo a promoção de determinados produtos - tudo isso torna difícil o trabalho dos profissionais na área.

    Apesar da carência da abordagem acadêmica, não se pode fugir a uma realidade: as soluções ERP estão se tornando um novo paradigma para a computação dita "comercial" e ocupando um espaço cada vez mais amplo no mercado de software - as empresas estão se focando em processos, e as ferramentas ERP, são, por natureza focadas nos mesmos, o as reforça como paradigma.

    Essa afirmação pode ser confirmada pelo fato de que mais de 60% das empresas pertencentes ao grupo "Fortune 1000" (empresas consideradas por essa revista norte-americana como as mil maiores empresas do mundo) já se utilizam dessas ferramentas (InformationWeek, 1999) - o Brasil já é o sexto mercado para esse tipo de produto (Andrade, 1999); como tal, são um assunto que deve ser objeto da atenção dos profissionais da Tecnologia da Informação, se não por outros motivos, pela sua capacidade de provocar alterações no mercado de trabalho para os profissionais dessa área.

    Para corroborar o acima dito, pode-se lembrar que ERP é um dos segmentos do mercado de software que mais rapidamente cresce (Stevens, 1997). Em 1997, os 10 maiores vendedores de ERP faturaram mais de US$ 5,8 bilhões, contra os 4,8 bilhões de 1996. Analistas prevêem um crescimento do mercado, com as vendas de licenças de software se comportando conforme mostrado pela tabela a seguir (Lachal, 1998):


    As novas funcionalidades que vão sendo acrescentadas a esses sistemas, somadas às razões mencionadas anteriormente, fazem com que esse crescimento seja considerado bastante provável - observe-se que aqui estão apenas considerados os valores referentes

    ao licenciamento de uso de software, sem considerar hardware, telecomunicações, consultoria e outros valores agregados, que usualmente são estimados em duas vezes o valor do licenciamento.

    Outras fontes (AMR, 1998) são mais conservadoras, e prevêem que nos próximos cinco anos as vendas de ERP crescerão num ritmo de 37% ao ano, atingindo US$ 52 bilhões em 2002. Para justificar suas previsões, dizem que o fornecimento de novas funcionalidades, cobrindo novas áreas (automação de força de vendas, por exemplo) e a venda de mais licenças a já usuários alavancarão os negócios.

    Segundo essas mesmas fontes, o "índice de penetração" (funcionários de empresas usuárias utilizando o sistema) está entre 10 e 20%, número que acreditam poder elevar para 40-60%. nesse período. Outro fator, será a utilização de ERP em novos segmentos do mercado, como por exemplo, varejo, administração pública, saúde - está sendo desenvolvida solução desse tipo no Brasil (Gazeta Mercantil, 1999), etc.

    Evidentemente tais valores, mesmo atribuindo-se um razoável grau de incerteza a essas previsões, cuja exatidão não se pretende aqui discutir, devem causar impacto nas organizações usuárias em termos de política de aquisição de software, recursos humanos, etc., o que reforça nossa disposição, como educadores, de discutir o assunto.

    Convém também apresentar rapidamente algumas informações acerca da divisão do mercado ERP. Em termos mundiais, há centenas de fornecedores de ERP ou pseudo-ERP's. No entanto, por qualquer prisma que se analise o assunto, pode-se dizer que seis companhias dominam o mercado, como se vê a seguir (AMR, 1997) :


     


    Todos estes fornecedores estão estabelecidos no Brasil, e concorrem com alguns fornecedores de origem nacional. No ano de 1998, o mercado brasileiro estava dividido conforme mostra a figura abaixo:



    Em termos de venda de licenças de uso, o mercado brasileiro deve se comportar como mostra a figura abaixo:


     


    A Universidade, vem se conscientizando da importância do assunto. Acordos tem sido celebrados entre fornecedores de hardware, software e Universidades, com estas recebendo, geralmente a custos simbólicos, recursos daqueles; professores são treinados, laboratórios equipados e ERP passa a ser um tema de importância tal a ponto de gerar alterações de currículos.

    Acordos como os acima mencionados já vem sendo celebrados há algum tempo por universidades, como por exemplo Louisiana State University e California State University, ambas nos Estados Unidos. Essa última, foi provavelmente a pioneira na celebração de grandes acordos desse tipo, tendo em fins de 1996 iniciado a utilização de ferramentas ERP em atividades docentes. Mais de 2.000 alunos já tiveram contato com o tema, buscando a Universidade abordar o assunto de forma multidisciplinar, ou seja, envolvendo docentes e alunos de diversos cursos (Tecnologia da Informação, Marketing, Administração, etc.), de forma a obter o maior proveito possível dos mesmos.

    Também no Brasil, acordos tem sido firmados, podendo-se citar como exemplos a Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas.

    Sabe-se que nos meios universitários há focos de resistência a parcerias dessa espécie, em especial sob a alegação de que as mesmas tendem a cercear a autonomia da Universidade e de seus professores, de que o ensino e a pesquisa passariam a se subordinar a interesses comerciais, etc. Tais argumentos certamente são válidos em alguma medida, não sendo, no entanto, objetivo deste trabalho discuti-los - é importante no entanto registrar que os fornecedores beneficiam-se dessas parceiras, pois as mesmas preparam para o mercado profissionais já com algum grau de conhecimento de ERP (esses profissionais hoje são muito raros e disputados), divulgam seus produtos entre futuros executivos, além de obterem outros benefícios.

    PONTOS A DISCUTIR

    Isso posto, e levando-se em conta a percepção de que os ERP são uma realidade no mundo empresarial, percepção esta enfatizada pelas palavras de Michael Hammer, que afirma que "The most potent and subversive contemporary instrument of business revolution is ERP", fica claro que sua presença na Universidade é uma realidade a que não se pode fugir; assim, passa-se agora a discutir pontos relevantes para a introdução dessas ferramentas nos currículos escolares.

    O primeiro deles é que a visão não deve ser a de "treinar os alunos em ferramentas ERP", e sim utilizar essas ferramentas no processo de aprendizagem. A não observação desse ponto certamente atribuiria maior peso (e com razão) aos focos de resistência acima citados. Note-se que já há autores propondo que aquilo que é hoje chamado "treinamento", passe a ser encarado com "desenvolvimento profissional" (Nevins, 1999), o que torna ainda menos recomendável a visão supra.

    No Brasil, algumas escolas vem oferecendo "cursos totalmente voltados para a Ferramenta XYZ" - essa proposta evidentemente é equivocada, comercial, simplista: pode até funcionar como uma estrutura de treinamento para técnicos que iriam auxiliar a implantar e/ou utilizar aquela dada ferramenta, porém foge totalmente dos verdadeiros objetivos da Universidade.

    Assim como as empresas, as universidades tem sido procuradas pelos fornecedores de ERP. Também de forma análoga, estas devem, antes de se decidirem por que ferramenta adotar, estabelecer de maneira clara seus objetivos: há interesse em atrair mais recrutadores? Como a pesquisa é tratada na instituição? Como os cursos de pós graduação serão envolvidos?, e outras similares.

    A seguir, sugere-se definir quais cursos serão envolvidos, quais disciplinas serão afetadas e até eventual inclusão de novas disciplinas. Assim como ERP é um fator de aumento do grau de integração na empresa, numa Universidade poderá ser um fator de aumento de interdisciplinaridade, o que é muito saudável.

    São candidatos naturais os cursos ligados às áreas de Negócios (Administração, Contabilidade, Economia, Marketing), onde os ERP seriam utilizados não só para o entendimento amplo da forma pela qual uma empresa opera e para a integração de conceitos através dos diferentes cursos, como para suporte à discussão de temas ligados a cada uma dessas áreas, como os das áreas de Tecnologia (Computação, Engenharia), onde, além do acima mencionado, se mostraria aos alunos o papel dos Sistemas de Informação na empresa e os desafios envolvidos em sua implantação e gerenciamento. Além disso, os conceitos de utilização de Sistemas Especialistas e de decisão, envolvendo técnicas mais avançadas de análise e de programação poderão ser discutidos através do uso dessas ferramentas.

    Nesse ponto, já se poderia pensar em explorar os eventuais parceiros. Quase todos os grandes fornecedores de ERP se dispõem a desenvolver processos de parceria, como já se disse. Há fatores críticos, que devem ser considerados quando da negociação com os possíveis parceiros: hardware ( O que já que está disponível? O eventual parceiro se dispõe a fornecer? Há possibilidade de outros parceiros?) , estrutura de redes locais, treinamento de professores e funcionários, entre outros.

    Ao se selecionar uma ferramenta ERP para implantação na empresa, alguns fatores devem ser considerados, e cuidadosamente, face aos investimentos envolvidos e à importância estratégica do assunto: Funcionalidades, Custos, Suporte, Tecnologia, Estrutura do fornecedor, etc. Na Universidade, pode-se dizer que os fatores são praticamente os mesmos, no entanto, com pesos substancialmente diferentes, como por exemplo, no que se refere a: Custos - tratando-se de uma proposta de parceria, certamente os custos para a Universidade tendem a ser muito pequenos; Funcionalidades: como não se pretende prioritariamente treinar os alunos, e sim desenvolver nos mesmos o conhecimento do modus operandi das organizações, e como os ERP de grandes fornecedores todos atendem a um grande espectro de funcionalidades, este, que é um ponto chave na escolha do ERP para uma empresa, deixa de ser no caso da parceria com a Universidade (evidentemente, não estamos considerando a hipótese de o sistema estar sendo utilizado para a administração da própria Universidade, quando os pesos seriam certamente outros).

    Importante também seria a aderência da ferramenta às novas realidades com que o ensino se defronta, em especial a utilização da Internet e a outras ferramentas que vem sendo ou serão utilizadas pela Universidade (CAD/CAM, Comércio Eletrônico, Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, etc.).

    Lozinsky (1996), falando dos fatores críticos para o sucesso da implantação de uma solução ERP na organização, ressalta a importância do processo de "evangelização" (obtenção do consenso interno), para que esse sucesso seja atingido. Na Universidade, onde a cadeia de comando, e a autoridade, tendem a ser mais fluídos que na empresa, tal consenso torna-se ainda mais importante - quando obtido, é talvez a condição chave para o sucesso.

    No mesmo grau de importância, colocaríamos o treinamento dos professores, alunos participantes do processo de implantação e funcionários que de alguma forma interagirão com a ferramenta - principalmente aqueles ligados à área de Informática da Universidade. Ressalte-se que não se trata apenas do treinamento inicial, mas sim de um processo contínuo tratando novas funcionalidades, atualização tecnológica, reciclagem, etc. - o conhecimento do estado da arte é fundamental, em especial para o corpo docente.

    Segundo Wieder (1999), a carência de pessoal treinado e os problemas decorrentes dessa carência, são as principais dificuldades para a integração de ERP aos currículos universitários com sucesso, pelo que, reitera-se a recomendação de cuidados especiais nessa área.

    Cabe ainda mais uma colocação: temos observado na Universidade a utilização de mais de um aplicativo para a mesma finalidade, como por exemplo mais elementar, diferentes planilhas de cálculo. No caso dos ERP, pelo impacto de sua implantação na instituição e pelo volume de recursos necessários à sua implantação, não julgamos viável a adoção de mais de uma ferramenta - a tendência seria dispersar os recursos geralmente escassos e não se chegar a uma implantação e utilização com sucesso; evidentemente, não se pretende chegar ao ponto de fazer com que os alunos ignorem a existência de várias soluções, mas tentar usar mais de uma, no presente momento, não seria racional.

    Definida e formalizada a parceria, torna-se necessário um plano de implantação, mantendo o compromisso de todos os envolvidos e das esferas maiores da Universidade (como nas empresas, se essas esferas não apoiarem o projeto, este tende a não prosperar). Esse plano deve considerar, entre outros, aspectos como infra-estrutura de Tecnologia da Informação, treinamento, etc., mas principalmente, o como cada um dos cursos e disciplinas envolvidos podem tirar o melhor proveito da ferramenta que ora se torna disponível. Por se tratar quase sempre de algo radicalmente novo na Universidade, recomenda-se uma abordagem cautelosa: pré-requisitos seriam determinados, disciplinas poderiam considerar ERP como mais um recurso, na seqüência programas e planos de aulas poderiam ser reformulados e, dependendo das peculiaridades de cada instituição, até mesmo poderia se chegar à inclusão de novas disciplinas no currículo.

    Lembra-se também outro cuidado a ser tomado na elaboração de planos: na Universidade, como na empresa, ERP envolve mudança de cultura; assim, não se pode simplesmente transplantar uma experiência de sucesso numa instituição de ensino para outra - cada uma delas tem suas peculiaridades; a análise de outras experiências é recomendável, porém não suficiente.

    Ressalta-se a importância de os cursos utilizarem os recursos mostrados no esquema abaixo, para melhor aproveitamento:


    Ou seja, além das atividades em sala de aula, atividades em laboratório e estudos de casos e trabalhos de campo seriam fundamentais para assegurar o melhor aproveitamento.


    Outra forma de trabalho com os ERP na Universidade seria através das Empresas-Júnior. No Brasil e em alguns outros países, essas instituições, surgidas na França nos anos 60 e que são associações civis sem fins lucrativos, prestam consultoria a empresas, com os alunos, utilizando os conhecimentos adquiridos durante seus cursos de graduação, desenvolvendo projetos com a orientação de professores.

    Seu objetivo prioritário é o de complementar a formação teórica dos estudantes através de contatos práticos com o mundo empresarial. A utilização dos ERP por essas organizações poderia ir até o nível de prestar serviços aos seus clientes utilizando os ERP - já se faz outsourcing de processamento de ERP, e essa seria uma forma análoga de utilização da ferramenta, desta vez para empresas cujo pequeno porte não permitiria o acesso à mesma (este outsourcing já tem feito profissionais da área falarem no renascimento dos velhos "bureaux de serviços"). Também poderia ser considerada a hipótese de alunos experientes, através da empresa júnior, participarem como instrutores de processos de treinamento de funcionários de empresas que estivessem implantando um dado ERP - essa seria mais uma ponte Universidade-mercado de trabalho.

    Nesse ponto, deve também ser planejado o processo de implantação do software, com sua configuração inicial; há registros de Universidades rodando duas versões do mesmo: uma "de produção", utilizada pelos alunos dos diversos cursos e outra como "bancada de testes", utilizada principalmente por técnicos de informática e alunos de cursos dessa área, que estariam mais voltados para questões específicas de suas carreiras, como performance, carga de máquina, técnicas de programação etc.

    Profissionais de ERP costumam alertar: "a vida não termina com a implantação do ERP - apenas se inicia" - assim, há que se considerar também o que vem a seguir: atualização de versões, métricas para avaliação não só dos alunos e do processo de aprendizagem, como da efetiva utilização da ferramenta, feedback, etc., sempre com o objetivo de manter o maior grau possível de aproveitamento dos recursos que foram postos à disposição da comunidade acadêmica.

    Finalizando: como se disse, ERP está se tornando um paradigma; porém, como é certo, outros paradigmas surgirão, e esta é uma verdade que devemos transmitir aos nossos alunos, buscando, enquanto os tornamos melhores profissionais, despertar neles a consciência de que o aprendizado não pode parar nunca. Da mesma forma, a adoção de ERP, apesar de sua longa curva de aprendizagem, não pode fechar os olhos dos professores para as novas tendências educacionais e tecnológicas - uma atitude sempre atenta segue sendo altamente recomendada!

    REFERÊNCIAS

    Andarde, Wagner (1998), "Arquitetura de Componentes: Revolução nos Sistemas ERP", in "Informática Hoje", no. 460, pp 32.

    Breternitz, Vivaldo J., 1999, "Os Sistemas Integrados de Gestão "ERP-Enterprise Resource Planning" e uma aplicação em Instituição Financeira", dissertação de mestrado apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie.

    Gazeta Mercantil (1999), "Novo software para hospitais", edição de 10.02.99, pp. C3.

    Hicks, Donald A. (1997), "The Manager's Guide to Supply Chain and Logistics Problem-Solving Tools and Techniques" , in "IEEE Solutions", Vol.29, Iss.10, pp.24-29.

    InformationWeek (1999), "Big Strides For ERP -- With core applications in place at most large companies, users are exploring what can be done with ERP software", edição número 715, de 04/01/99.

    Lachal, Laurent (1998), "Ovum Evaluates: ERP", Ovum's IT Analysis Group.

    Lieber, Ronald B. (1995), "Here Comes SAP", in "Fortune", Vol.132, Iss.7, pp.122-124.

    Lozinsky, Sérgio (1996), "Software: Tecnologia do Negócio", Ed. Imago.

    Nevis, Mark David e Stumpf, Sthepen A., 1999, "21st-Century Leadership", in "Strategy & Business, edição do 3º trimestre, Booz-Allen & Hamilton.

    PeopleSoft (1997), "PeopleSoft: Meet PeopleSoft", in http://www.peoplesoft.com, em 10/12/98.

    Stevens, Tim (1997), "ERP Explodes", in "Industry Week", Vol. 245, Iss. 13, pp.37-40.

    Wieder, Bernhard (1999), "ERP - Software Integration at Australian Universities - recent Developments in Integrated Business Education", trabalho apresentado na CTI Accouting Finance & Management Conference.


    Votar

    Ingresar una calificación para del 1 al 10, siendo 10 el máximo puntaje.

    Para que la votación no tenga fraude, solo se podrá votar una vez este recurso.

    Comentarios de los usuarios


    Agregar un comentario:


    Nombre y apellido:

    E-Mail:

    Asunto:

    Opinión:



    Aún no hay comentarios para este recurso.
     
    Sobre ALIPSO.COM

    Monografias, Exámenes, Universidades, Terciarios, Carreras, Cursos, Donde Estudiar, Que Estudiar y más: Desde 1999 brindamos a los estudiantes y docentes un lugar para publicar contenido educativo y nutrirse del conocimiento.

    Contacto »
    Contacto

    Teléfono: +54 (011) 3535-7242
    Email:

    Formulario de Contacto Online »